A gordofobia é um preconceito estrutural que afeta profundamente a sociedade, e manifesta-se pela aversão ao corpo gordo. Existe uma crença generalizada de que todo corpo gordo é doente e todo corpo magro é saudável.
Muitas são as situações cotidianas vivenciadas por pessoas gordas que são altamente limitantes, como ser impedido de utilizar certos serviços e acessar certos espaços, como catracas de ônibus, brinquedos de parque de diversões, poltronas de aviões, banheiros químicos, cadeiras de plástico em bares e tantas outras situações que surgem no dia a dia.
A limitação aos corpos gordos existe até mesmo em hospitais, locais que deveriam dar total assistência à toda a população, no entanto, se tornam um espaços hostis em que a pessoa gorda pode passar por situações constrangedoras. Especialmente hospitais que estão fora dos grandes centros urbanos, nem sempre estão equipados devidamente, como foi o caso recente do jovem Vitor Augusto, que morreu na porta do hospital Geral de Taipas, na zona norte de São Paulo, devido a espera por uma maca especial, já que aquele hospital não dispunha de maca para seu tipo físico.
Por conta do preconceito, a saúde mental das pessoas gordas acaba sendo extremamente afetada, perdendo a vontade de sair de casa para evitar julgamentos, piadas, ou comentários desagradáveis.
A dificuldade de sociabilização e até de conseguir um emprego afeta diretamente a autoestima e a saúde mental. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30% dos pacientes que buscam tratamento para a perda de peso apresentam depressão.
Nesse contexto, vale destacar a importância de adotar medidas que estimulem um ambiente inclusivo, além de promover uma conscientização cada vez maior sobre o tema, promover melhorias nas políticas de contratação das empresas, inclusão das pessoas com excesso de peso em esportes coletivos e uma maior educação na escola sobre as diversidades corporais.